Alguma mezinha lá dessa terra do cabo do mundo
Exposição no Padrão dos Descobrimentos
Padrão dos Descobrimentos
Comissário científico: Adelino Cardoso – CHAM
Inauguração: 20 Junho a 30 Outubro
Plantas, doenças e curas. A partilha de experiências e saberes: Os descobrimentos portugueses e espanhóis do século XVI alargaram consideravelmente os limites do mundo conhecido e proporcionaram o encontro entre povos muito diferentes a nível físico e sobretudo cultural.
A medicina, principalmente enquanto prática terapêutica, constituiu-se como um domínio privilegiado de aproximação entre culturas e de partilha de experiências. Foi, naturalmente, uma arma na luta pela supremacia que descobridores e populações autóctones travaram entre si. Saúde e doença são fenómenos humanos totais, cuja significação envolve os diferentes domínios da vida cultural de cada comunidade, muito em especial a religião. Daí que, no quadro da expansão, o intercâmbio de mezinhas não tenha sido tarefa exclusiva de médicos, nela participando religiosos e simples aventureiros.
O relato de Fernão Mendes Pinto sobre a cura que fez ao rei de Bungo no Japão, “assaz enfermo e atribulado de gota”, não se podendo mexer ou levantar da cama há dois anos, é exemplar. O rei pede ao habilidoso viajante português “alguma mezinha lá dessa terra do cabo do mundo” e este indica-lhe a água de um pó chinês, que se terá revelado altamente eficaz.
A globalização promovida pelos descobrimentos é um fenómeno complexo, em que o intento de dominação convive com a aproximação genuína entre culturas, visando a construção de um mundo sem fronteiras, aberto a diferentes expressões da humanidade comum.
http://www.padraodosdescobrimentos.pt/2015/05/alguma-mezinha-la-dessa-terra-do-cabo-do-mundo-laboratorio-de-curas-medicinais-a-escala-global/
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=839203&tm=4&layout=123&visual=61