“Woodpecker” de Gonçalo Barreiros
Desde cedo e em muitas práticas, linguísticas e não linguísticas, o animal e o vegetal constituiram fontes de inúmeras metáforas que nos permitiam constituir uma imagem do humano na sua complexidade e na sua relação essencial com os limites.
Gonçalo Barreiros, com Woodpecker, coloca-nos precisa e rigorosamente perante uma certa arqueologia do modo como a metáfora constituiu, desde sempre, um modo de imaginação de uma certa essencialidade humana que passava desde logo pela diferença. Ainda assim, uma imaginação que, reconhecendo-se enquanto tal, se colocou sempre enquanto utensílio à mão para uma certa conformidade com as verdadeiras formas do real.